Pânico e desânimo

10/05/2013

Pânico e desânimo
Pânico e desânimo são marcas registradas de gestores que, diante das dificuldades e das crises que são rotina no dia a dia, não trabalham com padrões e planos de ação escritos. Gente que só enfrente problemas com heroísmo não serve. Suicidas não serve. Gerentes e supervisores apavorados não serve. Diretores desanimados e presidentes em pânico só destroem tudo pela frente. Nada disto serve. Método, mesmo nas crises e no tratamento de problemas crônicos, é a única solução sustentável. O resto é amadorismo. Ah, e o método, nestes casos, deve ser ajustado e checado de maneira INTENSIVA, diariamente.

Encontro em muitas empresas áreas em crise. Ora é o gerente de vendas questionado sobre a sua capacidade profissional porque não bate metas de vendas, ora é o gerente de desenvolvimento de produtos que nunca consegue cumprir o cronograma de lançamentos, ora é o chefe da fábrica que não consegue exercer liderança sadia sobre sua equipe e por aí seguem as queixas. Nestes casos, normalmente o dono ou o presidente da empresa me chama para relatar a situação e afirma que está a ponto de demitir alguém, normalmente o gerente da área conflagrada.

Sempre dou duas orientações:
1. Se a área está doente, trate-a com o sistema de UTI (unidade de tratamento intensivo): aporte todos os recursos que puder, faça um plano de ação e toque a vida em frente. Parece simples, mas não é. Muitas vezes, estas áreas trilham o caminho oposto: ficam cada vez mais abandonadas e sem recursos, parecendo uma velha cidade do faroeste americano e com um grupo de zumbis circulando por lá, reclamando e morrendo pelos cantos.

2. Se a área está doente, o gestor também está doente. Você, diretor, presidente e áreas de apoio, precisam tratá-lo também de forma intensiva. Chego a recomendar que o chefe imediato do gestor “doente” converse sobre o assunto diariamente com o paciente, pelo menos durante cinco minutos. Situações de crise exigem medidas extremas, muito ânimo e toda a paciência do mundo para reverter os maus resultados.

Demita se for o caso, mas somente depois destas medidas. Se não, você corre o risco de matar a fera errada. Você corre o risco de transformar aquela área em um cemitério de gerentes. Você corre o risco de perder muito dinheiro. Você não precisa disto. Intensidade é a palavra chave. Para áreas e gestores doentes, tratamento intensivo. Ah, e não se esqueça de ESCREVER PLANOS DE AÇÃO. Crises sempre são respondidas com padrões e com planos de ação. Crises não foram feitas para heróis suicidas, mas foram feitas para que profissionais de gabarito, com ferramentas de gestão, as resolvam exemplarmente. Gestores sem padrão e sem planos de ação, diante das crises, apenas exibem PÂNICO e DESÂNIMO. Escreva o problema, identifique o indicador (custos, qualidade, prazos, perdas financeiras etc.), estabeleça a meta, analise as causas e elabore um plano de ação. Implante o plano, cuidando dele DIARIAMENTE. Aporte recursos, olhe diariamente o problema e não haverá dúvidas sobre os bons resultados que sua empresa colherá. A maioria não segue este procedimento e nunca resolve seus problemas.

Paulo Ricardo Mubarack