O que é, realmente, a cultura corporativa?

19/09/2014

O que é, realmente, a cultura corporativa?
Uma empresa somente sobrevive, cresce e se perpetua se tiver cultura forte. Na prática, isto significa que a companhia definiu que tipo de gente pode trabalhar lá. A cultura representa a definição pragmática sobre quais virtudes a empresa valoriza, procura e desenvolve e os vícios que não tolera. Quem não define claramente estes atributos vai selecionar gente de todo tipo e se atrapalhar na hora de treiná-los, no momento de promovê-los ou de dispensá-los. O resultado é pequeno ou inexistente. Este é um conceito conhecido e compreendido por uma seleta minoria.

Cultura empresarial é um conceito desprezado e encarado como inútil por grande parte dos empresários e executivos. “Aquela bobagem que o pessoal do planejamento ou de RH inventa, como definição de valores, código de ética da companhia e similares”.

Poucos falam a verdade desta forma, nua e crua, mas tudo o que vi (e o que não vi) até hoje me autoriza a escrever desta forma.

Cultura, portanto, é besteira! Este é o sentimento geral.

Por outro lado, temos exemplos contemporâneos nos quais grandes empresas, como GE, AmBev e Toyota citam a cultura, a todo momento, como ponto fundamental para o sucesso.

E então? Como ficamos? Bom, se você está achando o texto muito chato, no seu computador há uma tecla chamada Delete. Sirva-se!

Se você decidiu prosseguir, vou brindá-lo com a melhor reflexão prática sobre o tema. Vamos começar do início. Esta é a definição formal de CULTURA:

A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte, entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras.

Os elementos culturais são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).

 Se você sobreviveu sem deletar o texto e sem dormir à definição acima, parabéns. Chegaremos vivos ao final! Agora, escrevo duas definições de CULTURA adaptadas ao meio empresarial: 

  1. CULTURA são os hábitos que temos e os vícios que não toleramos.
  2.  CULTURA É O QUE SE PERMITE!

Portanto, se uma empresa nunca definiu claramente, com palavras cruas, o que não tolera e as virtudes que deseja desenvolver ao extremo, ela não tem foco para selecionar pessoas, para avaliar pessoas e para desenvolver pessoas. E quando não temos foco em pessoas, tudo está perdido. Tudo significa MERCADO PERDIDO, CLIENTES PERDIDOS, CUSTOS ALTOS E RECEITA BAIXA. RESULTADOS MEDÍOCRES. Você entendeu? Entendeu mesmo? Cultura tem apenas uma grande meta (e não é preencher os books de RH): a obtenção de LUCRO DURADOURO, a obtenção de um EBITDA completamente invejável e muito acima do mercado onde se atua. É isto. Se uma companhia não definiu claramente sua CULTURA (virtudes que deseja desenvolver e vícios que não tolera), não conseguirá instrumento para selecionar pessoas alinhadas com a empresa. Se não selecionar obstinadamente estas pessoas, o resultado você e eu já conhecemos.