Força e fragilidade

16/07/2014

Força e fragilidade
Como um povo como o alemão, progressista, civilizado e simpático, pode ter entregado seu solo e seus filhos para a mais tresloucada e cruel guerra da história há apenas 70 anos? O que aconteceu para permitir que um grupo de estúpidos dominasse uma sociedade com este perfil? É a mesma pergunta que fazemos quando um idiota qualquer dirige uma empresa com bons acionistas e uma boa equipe.[continua..]

Um dos conceitos mais importantes que ensino para meus clientes é que O ESTADO NATURAL DAS COISAS NO UNIVERSO É O CAOS. Isto significa que ou os acionistas e gestores cuidam paranoicamente das suas empresas, dia após dia, hora após hora, ou a decadência será inevitável. A tendência das coisas, se deixadas ao natural, é a DESORDEM.

A morte, a doença, o prejuízo, a bagunça, tudo isto é o natural. A vida, a saúde, o lucro e a organização são situações FORÇADAS, não naturais, que precisam ser mantidas e melhoradas diariamente à custa de muito suor.

Uma das principais causas desta situação é a convivência paradoxal em todos nós da FRAGILIDADE e da FORÇA. Vejamos a Alemanha. A quarta maior economia do mundo enfrentou duas grandes guerras como uma das principais protagonistas nos últimos 100 anos, uma reunificação e hoje é a líder da União Europeia e um dos países mais estáveis, progressistas e admirados do mundo.

Quando analisamos este povo na atualidade, quando visitamos e nos encantamos com seu país, não entendemos como foram dominados pelo nazismo e entregaram seu solo e seus filhos para uma das aventuras mais cruéis e tresloucadas da história. A força que fez a Alemanha ressurgir das cinzas após 1945 convive com a fragilidade que a fez mergulhar na guerra mais sangrenta a partir de 1939. FORÇA E FRAGILIDADE convivem em todos nós, nas nossas empresas, em todos os segmentos da vida, assim como na Alemanha tão admirada de 2014.

Na prática, esta linha de raciocínio nos ensina que o monstro está sempre presente e na espreita para atacar e dominar. A FORÇA precisa estar sempre alerta, praticando tolerância zero em tudo o que representar desvios do que é certo, para manter enjaulado o monstro que está doido para se aproveitar da FRAGILIDADE. Ele nunca morre, mas pode ser mantido sob controle para sempre. Este é o desafio para as empresas: identificar e conhecer profundamente suas fragilidades e providenciar padrões e planos de ação para monitorar e mitigar os riscos.

Sempre estamos a um passo da marginalidade e de acontecimentos muito ruins. Sempre estamos! Ao menor descuido, um grande país pode ser dominado por um imbecil sanguinário e uma empresa pode ser dirigida por gente sem nenhum preparo. Os maus normalmente são muito mais audaciosos e eficazes do que os bons porque trabalham mais livres, com poucas ou com nenhuma preocupação em relação a valores como respeito e humanidade. Eles não têm a meta de construir. Temos que aceitar este fato: os facínoras têm um perfil mais apropriado à luta e à vitória do que os bem comportados. A FRAGILIDADE reside aí e precisamos usar toda a FORÇA que vem das boas atitudes, do método, do PDCA e dos conceitos de gerenciamento para blindarmos uma empresa ou um país.