Vários clientes já me consultaram sobre o que acho sobre empregar pessoas que já tiveram problemas com a polícia e, portanto, com ficha criminal.
Faço duas considerações muito simples sobre este assunto, pois você, como gerente ou diretor, não pode ser confuso em questões que envolvem a ética e misturar as coisas. Ponto número 1: você tem que cumprir a lei (seu único compromisso com o mundo fora da empresa). Ponto número 2: dentro da companhia, você é pago para protegê-la de tudo e de todos, acima de qualquer outra convicção pessoal. Empregar pessoas com ficha criminal, ex-presidiários ou similares, por mais humano que possa parecer e com a desculpa de dar oportunidades para todos, é inadmissível. Alguém que errou feio no passado tem mais probabilidades de errar novamente e você não é remunerado para arriscar o dinheiro dos outros. Você pode fazer experiências perigosas na sua casa, não na casa alheia. Que tal empregar um criminoso para cuidar de seus filhos? Ou um cara condenado por pedofilia? Mesmo que eles tenham cumprido suas penas e precisem de uma nova oportunidade, você não é pago para arriscar, eu repito. Não misture seus mais nobres sentimentos com a vida profissional dentro de uma organização que o contratou para blindá-la contra qualquer tipo de perigo. Se você realmente fica comovido com a causa, faça atividades voluntárias relacionadas com este problema após seu trabalho, mas nunca confunda os ambientes.
Além disto, ser extremamente benevolente com quem errou pode estimular ao crime quem ainda não errou, já que sempre há boas oportunidades de retorno à vida normal. Reconheço que esta última afirmação encerra uma visão extremamente pessoal sobre o assunto e não pretende ser o núcleo deste texto. O ponto-chave do que escrevo é: cumpra a lei e proteja a empresa. Em nenhuma das duas missões cabe o ato de empregar quem já cometeu crimes.
Paulo Ricardo Mubarack

Empregar pessoas com ficha criminal, mesmo que já tenham cumprido suas penas, é INTOLERÁVEL em qualquer situação. Um gestor é pago, nas questões legais e éticas, apenas para executar duas missões: cumprir a lei e proteger a empresa. Em nenhuma delas cabe contratar quem já cometeu crimes. Se a causa comove o gestor, ele pode prestar trabalhos voluntários após o expediente de forma digna e admirável, mas nunca está autorizado a praticar experiências perigosas com o dinheiro dos acionistas.