Empresas de capital aberto têm auditoria externa e muitas vezes não têm auditoria interna, Empresas de porte médio e capital fechado frequentemente não possuem qualquer processo de auditoria, interno ou externo. Empresas pequenas não possuem nada. Em resumo, todas estão fragilizadas, correm riscos desnecessários e gastam mais do que deviam porque este mísero processo de auditoria, especialmente a interna, não foi implantado.
A auditoria interna é superior à externa (mas não a exclui) por 3 motivos:
1. Os auditores internos conhecem melhor a empresa e sabem onde colocar a lupa;
2. São mais baratas e podem ser realizadas com mais frequência;
3. Desenvolvem os auditores internos, criando recursos humanos valiosos para o futuro da companhia.
Por que auditorias internas não são implantadas? Porque boa parte dos executivos não conhece o processo e nem desconfia dos seus ganhos. As auditorias externas, essenciais para trazer visão de fora, pecam em um ponto: ignoram o sistema de gestão. Um exemplo muito simples: o auditor externo detecta vários pagamentos incorretos na folha. Abre a não conformidade e a pendência do gerente é acertar os pagamentos e não repetir o erro. Porém, a grande não conformidade não é normalmente sequer mencionada pelo auditor externo: a falta de padrão na elaboração da folha, a falta de perfil de quem executa o trabalho ou simplesmente a falta de treinamento. Na auditoria interna, todas as irregularidades são apontadas. Resumindo, a auditoria externa é muito mais superficial do que a interna.
Outro ponto: raramente encontrei empresa onde as duas se falam. A auditoria externa ignora o que foi apontado pelos auditores internos, por arrogância e/ou por ignorância mesmo. Trata-se de um brutal desperdício de tempo para a companhia. Não raro as duas auditorias estão apontando os mesmos itens e, pior do que isto, o gestor apontado pensa que precisa de dois planos, um para cada auditoria. Ridículo!
É preciso ter os dois processos de auditoria implantados com rigor e seus resultados devem ser considerados de alta prioridade pelos diretores e acionistas. Não conformidades representam ouro para qualquer empresa e ninguém pode dar-se ao luxo de não implementá-las.